Tuesday, November 21, 2006

Post-Mortem




Hoje já não guardo rebanhos
já não viajo pelo mundo
já não me falam aqueles que me cruzam
Abraça-me a minha família
presente e passado,
já choram os meus avós que se faz noite.
Vejo os meus pais,
que belo romance me há-de gerar.
Lembro-me da apanha da azeitona,
do sangue embebido pelo suor,
dos risos perdidos..
Tristemente aborrecido
revela-me a noite
da qual fujo,
não do medo,
aprasivel movimento diurno,
reflexo enovoado do meu amor por... ,
mas de mim..
Quando o fogo consome os sonhos,
apenas eu ficarei,
memórias de almas que não nascem
nem tão pouco sentem a morte.
Volto sozinho a mim,
já a noite caiu,
as pessoas já se despediram do caminho,
do caminho que já não tenho,
tenho saudades..mas não, não de mim..
sonho em vê-los ali,
parados na minha enfermidade..
Terei morrido em paz, não sabendo..